Alguém em tempos disse que o gajo era bom de cabeça

A produção atacante de Pinilla corre lado a lado com as suas idas falhadas ao cabeleireiro: num ano, 3 grandes golos para outros tantos lamentáveis penteados.

Branco mais branco não há

Uma boa maneira de enfrentar a vida é fazê-lo como faz Marques Mendes. Perante cada pergunta seja de quem for, começa invariavelmente por dizer: “Sobre essa matéria, a minha posição é muito clara...”.

Abril é regressão

O 25 de Abril pode ter sido muito bom para muita gente, mas foi péssimo para o sitmeter.

Contendas paralelas no congresso do PP

A minha Democracia Cristã é maior que a tua e A mim ninguém dá lições de anti-nobreguedismo

Quem não tem 24, caça com Alias

The British Museum is (not) falling down II

Há aqueles que têm fé, mas não confiam na Igreja. E há também aqueles que, não sendo propriamente descrentes em Deus, acreditam mais na Igreja.

The British Museum is (not) falling down

Se a Igreja Católica tivesse como primeira preocupação ir ao encontro do que eu penso sobre isto e aquilo, há séculos que teria desaparecido. (Agora sim) Graças a Deus não tem.

Patriotismo 2004/2005

Odeio chuva. Mas que bom seria que ela viesse

Cultura de Barbearia

F: "Para o Pinto da Costa eram 10 anos de trabalhos forçados"

B: "e o Valentão, eleito prá comissão? É preciso ter uma lata sem valores nenhuns..."

S: "Um dia destes, em Oeiras, vi o outro - a fumar um bruto charuto - e as mulheres a gritar por ele ó Shô Presidente volte, ó Shô Presidente isto, ó Shô Presidente aquilo..."

F: "Andamos (os portugueses) há 500 anos a roubar..."

B: "Calma lá! Um português quando chega a Moçambique ninguém lhe faz mal. O inglês, quando chega ao Congo ou ao Zaire, fazem-lhe logo a folha. É logo assassinado"

S: "Então e os portugueses da Africa do Sul, que andam sempre a levar com o chumbo?"

B: "Isso é a ganância, querem abrir a loja até às 11 da noite. Se eu deixasse a minha aberta aqui, também me tratavam da saúde"

F: "O problema de Africa é a dependência dos europeus"

B: "O problema de Africa são as quantidades industriais de sida que eles lá têm"

(sic)

estado em que se encontra este campeonato

Paneleirices

"Uma club sandwich! Por favor...
...sem bacon, com pouca maionese, uma só folha de alface, nada de ovo, nem palito..."

Pequeno exercício a la Nick Hornby

Março de 2005

Livros comprados

A Ilíada, Homero
A Divina Comédia, Dante
Os Lusíadas, Camões
Dom Quixote (edição anotada), Cervantes
Leviathan, Thomas Hobbes
A Cartuxa de Parma, Stendhal
Educação Sentimental, Flaubert
Tratado Lógico-filosófico, Lwdwig Wittgenstein
Um sonho, Strindberg
Par-delà bien et mal: [Suivi de] La généalogie de la morale, Nietzsche
Crime e Castigo, Dostoevsky
Guerra e Paz, Tolstoi
Viagem ao Fim da Noite, Céline

Livros lidos

Almanaque do Tio Patinhas - Os Trapalhões

sms II (ou always crashing in the same car)

F (do benfica): "O Ricardo resolve"

S (do sporting): "sim ... o Ricardo e o Liedson resolvem"

Discografia não essencial II

Jeffrey Lee Pierce: vocals, piano
Ward Dotson: guitar
Terry Graham: drums
Rob Ritter: bass



[Miami, Gun Club, 1982]

Mother of Earth (o que dela se arranja): I'm going down the river of sadness...I'm going down the river of pain

Antecipando os Globos de Ouro

Prémio Carreira para Rui de carvalho

Caras III

Pois é, Charlotte, Portugal está cada vez mais perigoso. Anteontem, num telejornal, vi o resultado de uma fusão genética entre o Bruce Willis e o Fernando Seara a querer fazer-se passar por advogado dos alunos da Casa Pia.

Um post para cerca de 6 milhões (menos o Pedro Mexia)

sms

oito e trinta e cinco
.
F (do benfica): "O Ricardo resolve"
.
dez
.
S (do sporting): "sim ... não comprometeu"

A Casa da Música começa mal. Com Lou Reed por convite e o povo de mãos a abanar

Não vou lá muito à bola com bairrismos, mas temo bem que uma coisa chamada Orquestra Nacional do Porto seja uma contradição nos termos

Trabalhar (todas as horas) cansa

O "É a cultura, estúpido!" é um happening onde, na plateia, a esquerda tem sempre maioria absoluta. Hoje, no entanto, pareceu-me que a relação de forças destra/sinistra estava mais equilibrada do que é habitual. Sem contar com a mesa, das direitas, contei cerca de três cabeças.

A falar é que a gente não se entende

Hoje, no "É a cultura, estúpido!", após algumas intervenções da assistência com considerações e questões para a convidada Helena Matos, foi esclarecido pela mesa (salvo erro, pelo Daniel Oliveira) que não era habitual este tipo de participação, pois, no modelo instituído, não é suposto o público falar. Porém, atendendo ao facto de a discussão estar animada e ser sobre política, a excepção estava aberta.
Concordo inteiramente que o público não deve falar, mas acho mal que não possa, de alguma forma, participar. Não vejo porque, por exemplo, não possa gritar, conquanto fique claro a quem se dirige. De igual modo, não me choca que, à assistência, seja permitido arremessar objectos. Fazer ginástica, subir paredes, despir-se, com pré-aviso. Cuspir para o chão, tirar macacos, abrir garrafas com os dentes. Recitar Philippe Starck, caminhar sobre brasas, e por aí dentro e por aí fora.
Falar é que não. Nem todos ouvem bem; não aquece, nem arrefece; e, no fim, saímos todos mais pobres.

Porque escrever sobre música não é o mesmo que dançar sobre arquitectura

Mais um calhamaço de Greil Marcus, um académico que tem dissecado a América através da música pop. Like A Rolling Stone: Bob Dylan at the Crossroads são 283 páginas sobre uma só canção.

sitemeter sociology

Google não é uma ciência, mas raramente se engana. Com tantas palavras sugestivas e tantos nomes mediáticos que aqui - neste blog - foram sendo despejados ao longo de meses, são as "góticas" que mais visitantes acidentais cá trazem. Os portugueses não querem saber de "putas", não querem saber de "sexo", nem sequer querem saber da Pamela, da Joana (Amaral Dias), da Madonna ou, mesmo, da Malu Mader. Querem, sim, saber de "góticas". E muitos cá vêm procurá-las.
Pois, para esses, tenho novidades: nunca como ontem, no concerto do grupo niilista-o-lynchiano Einstürzende Neubauten, havia visto tão grande número de góticas por metro quadrado. Algumas dignas de figurarem em sessão fotográfica para (dica) uma página deste calibre. Cabelos amarelos, roxos ou encarnados. Piercings à vista e escondidos. A furar pele branca coberta de preto. Góticas à moda antiga, como julgava já extintas.
Portugal, à parte de choldra ingovernável, é um país curioso

O clã

Entre Mário Soares e João Soares, prefiro Alfredo Barroso

vintage stereo (II)

Terceiro post sobre futebol (seguido de zero comentários)

"Do que este país precisa é de um Salazar... De um não, de dois!", costumam exclamar os taxistas. Rui Santos, comentador de assuntos de bola, contrapôs ontem na SIC: "Para salvar o futebol português já não basta um 25 de Abril. Nesta altura, só lá vamos com um 50 de Abril".

I feel better than James Brown

Depois de um jogo paupérrimo, com um golo de sorte à beira do fim, os nervos pior que estragados, e o Sporting, apesar de Peseiro, a lutar pelo campeonato.

E agora, para que conste...

... não vou estar aqui, mas vou andar por aí

Discografia não essencial

[Tonight she Comes, The Cars, 1985]

Nepal Has No Alternative To Democracy, King Gyanendra Says

Se ele o diz

Jet sounds (ouvindo bem as coisas, não há razões para faltar)

Nicola Conte é uma espécie de peça de memorabilia da Pan Am na minha colecção de discos. Ao lado dos U.F.O., por exemplo.
Apesar de desiludido com Other Directions, amanhã, vou ao concerto.

Um vídeo de há dois anos de Douglas Gordon e o último delírio de Damien Hirst

Play Dead; Real Time
Douglas Gordon, 2003

Vivisection
Damien Hirst, 2004-2005
Oil on canvas

Da série "então e o Chelsea, como é que está?"

Não sei. Estou a ver o Milan-Inter e não está lá grande coisa.

vintage stereo (I)

Coisas bonitas / coisas menos bonitas

Enquanto Artur Jorge, esse poeta que há muito não edita, circulava livremente sobre a Cortina de Ferro para fazer mestrados em educação física na Universidade de Dresden, os desgraçados dos alemães de leste eram abatidos a tiro por tentarem passar o muro.

Upgrade

Uns dias sem ver televisão e o mundo pula e avança. Acabo de reparar que, sem acordo prévio do assinante, a TV Cabo substituiu aquele canal onde a imagem era descorada e a produção brasileira abundava, por um outro, com imagem igualmente baça e onde a produção made in California predomina. Consentimento presumido foi o que foi. Presumo eu que a posteriori consenti.

De todos os episódios, reais ou ficcionados, passados à volta do Checkpoint Charlie e das fugas Leste-Oeste, o protagonizado por Alec Leamas - um espião criado por John Le Carré a quem foi ordenado "to stay out in the cold, a little bit longer" - é aquele onde mais vezes me apetece voltar.
A angústia que nasce em Leamas, provocada pela hesitação entre preservar a operação do MI6 do lá de lá da Cortina ou tentar salvar a mulher com quem entretanto se havia envolvido, e o instante de lucidez que se segue, durante o qual Leamas toma consciência do seu verdadeiro papel na história (e mais não digo, porque muito já disse), são momentos antológicos da literatura. Da de espionagem e da Outra.

(The Spy who Came in from the Cold - o romance (1963) - foi, dois anos depois da sua publicação, adaptado para o cinema por Martin Ritt. Com Richard Burton no papel de Leamas, este é, provavelmente, o melhor filme sobre a Guerra Fria)

Alpha, Bravo, Charlie...

Momento alto da viagem a Berlim: Checkpoint Charlie - o mítico checkpoint aliado, situado na fronteira das zonas americana e soviética, que durante anos serviu como porta de passagem entre Leste e Oeste para diplomatas e outros não-alemães. Os alemães, esses, também tentavam passar, mas pela calada. Vários conseguiram. Tantos foram assinados. Charlie, o checkpoint, é um daqueles locais paradoxais que sempre me fascinaram. Símbolo de liberdade face à brutalidade do Império Soviético, por um lado; fim da linha para os sonhos dessa mesma liberdade, por outro. Mas agora tudo isso se resume a História. O regime soviético - o autêntico e não a vaga ideia que dele é feita pela esquerda que se entretém a estabelecer paralelos idiotas com coisas tão diversas como as chalaças do CDS à volta do retrato de Freitas ou a agonia dos últimos dias de João Paulo II - já era; o Muro vende-se aos pedaços como "souvenir"; e o Checkpoint está convertido num museu onde, de forma naturalmente comovente, são evocados e homenageados todos aqueles que ousaram, entre 1960 e 1989, atravessar para o lado de cá.
O lado dos bons, se é que me faço entender.

Miles Davis

Depois de muito pensar, decidi: Miles Davis é o nome graficamente mais estimulante. Estou convencido que, mesmo aqueles que desconhecem a sua música, se, como eu, muito pensarem, chegarão à mesma conclusão.
Miles Davis
Miles Davis
Miles Davis

Correio das leitoras

Amanda D. Hutchinson, April Stubbs, Brandi E. Cummings – estão a ver quem são?
Bom... Então, se se cruzarem com elas, perguntem-lhes porque é que, ao invés de gastarem os dias a enviar-me mails, não aparecem cá por casa.

Até agora, só disseste qualidades

E a culpa é? Da velhota

Regresso de Berlim, uma cidade praticamente arrasada na Segunda Grande Guerra, para, em pleno centro de Lisboa, chegar à conclusão que não há nada como a ausência de bombardeamentos para ter metade dos prédios em ruínas.

Caras II

Esta manhã, parado num semáforo, pareceu-me ver o Lucílio Baptista (ele mesmo!) num Toyota Corolla . Ao seu lado, no lugar do morto, estava o David Lynch.

Caras

Um dos meus passatempos preferidos consiste em descobrir semelhanças físicas, nomeadamente ao nível da frontaria, entre os estranhos que vou observando e pessoas que conheço pessoalmente, de vista ou da televisão. Assim, posso afirmar sem mentir que, há uma semana, em Berlim, jantei no mesmo restaurante que o Major Tomé, a amiga Olga, a Paris Hilton, o Karl-Heinz Rummenigge e aquele deputado do PSD igual ao Paulo Autran. Num voo para Frankfurt, pedi vários copos de água a um filho do Robin Williams. E hoje, já em Lisboa, almocei na mesma tasca que Deus.

fun fun fun on the Autobahn

Mas não só não se passou na auto-estrada, como não teve graça nenhuma. O taxista, depois de perceber que a corrida se iria resumir ao trajecto entre o aeroporto e o Campo Grande, começou a grunhir para dentro e a bater com as portas.

Mudar de template

Mudar de vida. (Mas pouco e devegar)

Hoje, todos os caminhos vão dar a Roma

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Dois anos a blogar

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