11.29.2005
11.28.2005
11.26.2005
Questão (muito) pouco actual
No filme Proposta Indecente, Demi Moore, após aceitar a referida proposta de Robert Redford, vira-se para Woody Harrelson - o seu marido na fita - e conforta-o dizendo: "It's just my body. It's not my mind". Anthony Lane, em Nobody's Perfect - o livro onde reúne as suas críticas na New Yorker -, a este propósito , coloca a seguinte pertinente questão: "How much would you pay for an evening with Demi Moore's mind?"
Discografia não essencial
De Suzanne Vega, ou se gosta aos 16 ou jamais se gostará muito. A não ser que entretanto se seja apanhado no meio de um turbilhão.
Investimento a curto prazo
Fez tudo para conseguir dela uma coisa. Quando se apercebeu que tal coisa estava assegurada, quis outra - diferente. Quando esta foi conseguida, desistiu e quis uma outra, nova, coisa. Como esta também acabou por não ser bem o que queria, arrependido, invistiu na seguinte. E na seguinte e na seguinte, e na seguinte; e na seguinte. E na seguinte ... E na seguinte. Até que um dia... Não quis mais nada.
11.24.2005
Questões actuais
Entre semipresidencialismo e presidencialismo de inspiração gaullista, sou capaz de preferir o último Bonnie Prince Billy.
The Hutt
À medida que o tempo passa, vão ficando cada vez mais claras as razões para a aversão de Diogo Freitas do Amaral à América.
11.22.2005
Erlander sick (ii)
Não faço a mínima ideia se o programa do Herman justificava ou não a tal bolinha encarnada no canto superior direito do ecrã. Já lá vão uns anos desde o último episódio que vi. O que já não se me oferece grandes dúvidas é a necessidade imperiosa de colocar duas das ditas bolas no topo da frontaria do inefável comediante.
Erlander sick
O jornal informa-me da vontade que existe em fazer do Herman Sic um programa para "toda a família". Um programa que dispense bolinha no ecrã. Um programa "digno", sem as ordinarices já há muito habituais na personagem de cabelo amarelo. O jornal não me informa, mas eu presumo: para cumprir tal desiderato, o Herman Sic vai seguramente deixar de ser apresentado pelo Herman.
A Liga e as ligas
No programa onde durante duas horas o "professor" Seara disserta e gesticula sob o olhar de Dias Ferreira e de um outro senhor de bigode, um telespectador, via rodapé, clama por "honestidade na Liga". Honestidade na Liga? Esta gente é de um lirismo pungente. Pelo andar da carruagem, qualquer dia estão a exigir castidade no Elefante Branco.
11.21.2005
Ser conservador é...
... ficar animado com as últimas notícias vindas de Gaia: a de que duas raparigas (barely legal) foram proibidas de se beijar no recreio de uma escola. E a de que já há raparigas (barely legal) a beijarem-se nos recreios das escolas.
Discografia não essencial
Schneider TM
The Light 3000
The Light 3000
2000
Ou, como diria o Moz, "Re-issue! Re-package! Re-package! Re-evaluate the songs (...)"
11.17.2005
Silogismo do dia
Portugal é um país de empresários. Onde há empresários, há putas. Portugal é um país de putas.
Babugem
O Ricardo Gross é um dos excelentes bloggers do rectângulo. Se este não fosse um país em vias de desenvolvimento, há muito que o Ricardo já teria sido posto a escrever nos melhores jornais e revistas. Como é (vai para lá de dois séculos), escreve no Babugem, de graça, para quem consigo queira aprender. Eu quero. E por isso vou lá todos os dias.
Hoje, o Babugem faz dois anos. Um grande abraço de parabéns.
Hoje, o Babugem faz dois anos. Um grande abraço de parabéns.
11.15.2005
É por isso que eu nunca adormeço ao som da Bancada Central
No livro Les Rêves et les Moyens de les Diriger (1867), o Marquês Hervey de Saint-Denys veio explicar ao mundo como conseguiu levar para a sua cama - leia-se: para os seus sonhos - praticamente todas as mulheres que desejou possuir. Primeiro, convidava-as para dançar, coisa que fazia ao som de música mecanicamente reproduzida. Depois, para compensar a incapacidade de lhes saltar em cima, adormecia ao som das respectivas caixas de música, induzindo assim o aparecimento das donzelas nos seus desvarios oníricos.
A exegese do Lombismo
Quais citações de Nelson Rodrigues, quais estudos sobre comunismo, quais quê. Hoje em dia, o grande desporto blogosférico consiste em vasculhar os arquivos do DN, da Coluna Infame, do que quer que seja, na esperança de encontrar escritos do Pedro Lomba que possam, de alguma forma, contradizer, comprometer ou pôr em causa o apoio que este entendeu dar a Cavaco.
Pobre Lomba, que agora tem de aturar o zelo dos seus exegetas. Gente "coerente" e sem mácula que têm por modelo relativo figuras extintas começadas por C e acabadas em al.
Pobre Lomba, que agora tem de aturar o zelo dos seus exegetas. Gente "coerente" e sem mácula que têm por modelo relativo figuras extintas começadas por C e acabadas em al.
11.12.2005
11.08.2005
Paris é uma festa
Os motins em França são surpreendentes? Não. Como explicou Wittgenstein, em lógica não há surpresas.
11.07.2005
Paris é uma festa
Carros incendiados, lojas destruídas, escolas saqueadas, espancamentos, tiroteios, mortos ... Enquanto isso, discute-se sociologia.
11.06.2005
11.04.2005
11.01.2005
Confesso que já reparei nisso
A confissão é, por natureza, a revelação de algo (verdadeiro) que nos fica mal: um pecado, um erro, uma culpa, uma asneira.
Existe, porém, um espécime agora muito em voga que opta por confessar os seus atributos, as suas qualidades ou os seus feitos. Com o ar de quem não quer a coisa, lá vai "confessando" que gosta de filosofia grega, arte renascentista, cinema sueco ou literatura russa. Que é justo, honesto, tolerante, competente e rápido de raciocínio. Que tem uma paciência infinita e um olho especial para descobrir talentos. Que conquistou tantas e dormiu com muitas mais. Enfim, que é o maior.
Existe, porém, um espécime agora muito em voga que opta por confessar os seus atributos, as suas qualidades ou os seus feitos. Com o ar de quem não quer a coisa, lá vai "confessando" que gosta de filosofia grega, arte renascentista, cinema sueco ou literatura russa. Que é justo, honesto, tolerante, competente e rápido de raciocínio. Que tem uma paciência infinita e um olho especial para descobrir talentos. Que conquistou tantas e dormiu com muitas mais. Enfim, que é o maior.
Para uma compilação do soundbite Alegriano
Contra a política do betão. Por uma nova cidadania. Um homem de letras. Um homem de cultura. Um humanista, contra a frieza dos números. Com a vontade, ainda e sempre, de cumprir Abril. Fazer da poesia um dever. Fazer da utopia um direito. Pintar palavras nos muros e paredes da Cidade. A fraternidade. A esperança. Nesta pátria que é ainda a nossa. Sous le pavé, la plage. Cá vamos nós, declamando e sentindo.
