4.13.2005

A falar é que a gente não se entende

Hoje, no "É a cultura, estúpido!", após algumas intervenções da assistência com considerações e questões para a convidada Helena Matos, foi esclarecido pela mesa (salvo erro, pelo Daniel Oliveira) que não era habitual este tipo de participação, pois, no modelo instituído, não é suposto o público falar. Porém, atendendo ao facto de a discussão estar animada e ser sobre política, a excepção estava aberta.
Concordo inteiramente que o público não deve falar, mas acho mal que não possa, de alguma forma, participar. Não vejo porque, por exemplo, não possa gritar, conquanto fique claro a quem se dirige. De igual modo, não me choca que, à assistência, seja permitido arremessar objectos. Fazer ginástica, subir paredes, despir-se, com pré-aviso. Cuspir para o chão, tirar macacos, abrir garrafas com os dentes. Recitar Philippe Starck, caminhar sobre brasas, e por aí dentro e por aí fora.
Falar é que não. Nem todos ouvem bem; não aquece, nem arrefece; e, no fim, saímos todos mais pobres.
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