7.30.2005

Post de sábado de manhã


Agora no original

(para a IS)

Literatura light


7.28.2005

Defeso

A boa notícia é que Paulo China não tem aparecido. A má é que as magníficas gravatas cor de laranja do especialista Rui Santos também não.

A brincadeira

Questionado sobre se iria recandidatar-se à presidência, Soares não confirmou nem desmentiu. Limitou-se a dizer que estava "em reflexão" e a contactar "partidos, várias pessoas, personalidades independentes, organizações sindicais, patronais, universidades, cientistas, etc., etc., magistrados, tudo".
Admito que me tenha escapado, mas não ouvi Soares especificar artistas de circo ou outros quaisquer "agentes culturais", pelo que é de presumir uma de três hipóteses: (i) ou os inclui nos "etc.", (ii) ou os inclui em "tudo", (iii) ou nem sequer os pretende ouvir. Em qualquer caso, uma coisa é certa: a tão falada lufada de ar fresco começa mal, muito mal. com omissões destas, Tété-A-mulher-palhaço e Pedro-O-Abrunhosa vão acabar por não achar graça nenhuma à brincadeira.

Magia do futebol

A bola é redonda, são onze para cada lado e no fim vão todos às putas.

7.27.2005

A luz ao fundo do túnel era um comboio

Tenho uma televisão panorâmica a cores. E um panorama cada vez mais negro.

É só?

Depois de pedir ou antes de pagar, num café e em muitos outros estabelecimentos, esta é uma pergunta clássica. A resposta, também clássica: “Sim, é tudo.”
Um dia destes, numa pastelaria, ouvi alguém ser interpelado com a inevitável questão. A resposta, desta vez, destoou: "Não. Sou mal acompanhado".

happy sad

Lembrando Ortega y Gasset: o Homem é o homem e a sua caixa de email.

7.25.2005

Lufadas de ar fresco de última hora

Chalana volta a pedir Anabela em casamento, Vítor Hugo e Vítor Bruno regressam à selecção nacional de hóquei patins e Perez de Cuellar pondera candidatura a secretário-geral da ONU.

7.24.2005

Queridos anos 80

Soares lança candidatura a Belém; Billy Idol lança novo disco.
O que é que se seguirá - Nicolau Breyner no papel de João Godunha?

Noites às direitas

- Onde é que se vai?
- A esta hora, só há duas hipóteses credíveis: Elefante Branco ou casa.

Vejo Alberto João na televisão

Desligo a televisão.

Rés-do-chão sem elevador

Lisboa. Bairro popular. Rés-do-chão térreo de um prédio caduco. Janela semifechada. Ao passar na rua, ouço, porque é impossível não ouvir, uma discussão conjugal. Apanho apenas três ou quatro frases - o suficiente para confirmar que este é um espectáculo grotesco. O tom de voz rafeiro; o português bastardo; os pontapés na sintaxe; os pontapés na madeira; a irracionalidade dele e o medo dela; os berros do "puto" no quarto ao lado.... Enfim, nada que não se resolva para ciclicamente voltar a repetir-se.

O amigo e o pessimista

Ao almoço, um amigo qualifica o outro de optimista. Este reage negando o epíteto. O amigo está apenas provocá-lo, pois sabe que ele se orgulha de ser um pessimista. Gosta de o ver inquieto. Gosta de embaraçá-lo. Sobretudo perante terceiros. O outro, apesar de consciente da provocação, como está mais gente à mesa, sente necessidade de se defender. Volta a afirmar-se um pessimista. Invoca Schopenhauer. Cita Hobbes. Dá como exemplo daquilo que jamais quer ser Júlio Isidro - segundo ele, um optimista nato. A discussão prossegue. O amigo insiste que o outro é um optimista, sem se preocupar em dar grandes explicações. O outro argumenta, argumenta, cansa-se de tanto argumentar. O amigo não cede: "És um optimista, admite de uma vez". O outro, exausto, gesticula, levanta a voz, chateia-se. O amigo já só diz "optimista", acentuando bem as quatro sílabas do termo. O outro, cada vez mais nervoso, grita: "Não sou! Não sou!". O amigo não desarma - "Optimista e teimoso". O outro, desesperado, levanta-se, pega numa faca e avança para o amigo. O amigo, frio, permanece quieto. O outro encosta-lhe a faca à garganta. O amigo, imóvel, não reage. Até que o outro larga o amigo, larga a faca e desata-se a rir. O amigo pergunta-lhe porquê, e ele responde: "Porque isto é uma grandessíssima palhaçada. Estamos há já quase dois minutos nisto, só para que um gajo qualquer possa publicar esta merda. Estamos a fazer figuras tristes no post de um idiota." O Amigo diz-lhe então: "Vamos parar com isto. Vamos à nossa vida".

7.23.2005

Saturday morning fever

7.22.2005

Mais uma impostura do New Musical Express

7.21.2005

Médico explica medicina a intelectuais

Bloc Party. É ir ouvindo.

À atenção de todos aqueles que puderem fazer qualquer coisa

Portugal tem de crescer. Portugal tem de preocupar-se com o futuro. Portugal tem de apoiar a família. Portugal tem de estimular as famílias. Portugal tem de incentivar a natalidade.Portugal tem a obrigação de apoiar a maternidade. Portugal tem de reproduzir-se. Sim, Portugal tem de fazer tudo isto e o que mais for necessário, porque em Portugal são precisas - e os portugueses exigem - mais, muitas mais MILFs.

Artur Jorge Coelho

Jorge Coelho é uma espécie de Artur Jorge dos tempos que correm. Passámos das "coisas bonitas" e "coisas menos bonitas" para os "candidatos sselentes" e "candidatos não tão sselentes".

Pode dizer-se que um homem jantou num restaurante chinês

Um homem entra num restaurante chinês. Um homem senta-se. Um homem escolhe. Um homem pede. Um homem espera. Um homem come. Um homem paga. Um homem sai. Um homem vai.

Singela homenagem aos ZZ Top

7.20.2005

Vício de forma

Um tipo diz umas coisas acertadas num tom impertinente. Só há uma coisa a fazer: contrariá-lo.

7.18.2005

Apesar dos anos 80


Kathleen Turner

7.17.2005

...muito menos a moda dos chumaços

Vejam séries dos anos 80, ouçam música dos anos 80, andem com pessoas dos anos 80, lavem os dentes com pastas dos anos 80, mas, por favor, não recuperem os penteados dos anos 80...

Take the garbage in

Nos últimos anos, os portugueses deram um grande salto: evitam arrotar em público, tentam disfarçar sempre que os coçam e já não atiram lixo para o chão. Aliás, não só já não atiram lixo para o chão, como levam para casa algum do que por aí anda. MacGyver, 3 Duques, Verão Azul, Sandokan, Duarte e Companhia, etc. etc. etc.... Tudo o que de pior se foi fazendo na década de 80 é agora objecto de culto e colecção.

Voluntarismo e realismo: um casamento difícil

A propósito de atentados - dos últimos e dos outros -, costumo dizer que "temos de viver bem com o terrorismo". Alguns dos meus interlocutores espantam-se. Outros, mais impulsivos, indignam-se. Não percebem o que quero dizer. Ou então não percebem o que é este terrorismo. É que, quando digo que "temos de viver bem com o terrorismo", eu não estou a querer dizer nem mais nem menos do que: "Temos de viver bem" ponto. E "Temos de viver com o terrorismo" ponto.

Lisboa vazia

Com Agosto a chegar, há uma coisa que é certa: aquela inevitável conversa do "que bom é ficar em Lisboa agora que todos vão para fora". Sempre tive pouca paciência para a lenga lenga. Lisboa em Agosto é deprimente: calor pegajoso, poeira das obras, velhos moribundos e loucos em pijama. Restaurantes vazios, sim. Mas para quê restaurantes vazios?

Dramatic views

A janela abre-se de repente e, com a corrente de ar, a fotografia dela cai. Uma fotografia que, apesar de tão leve, não chega a voar para a rua. Logo, uma fotografia que não chega a perder-se. Cai, levanta-se e fica cá. Ainda.

7.14.2005

Agora que é Verão, penso: se fosse um homem prevenido, tinha guardado as tuas sardas



(para a Sofia)

7.13.2005

Do Europa para Santos, de Santos à conquista do Mundo, quiçá da Europa

Como é sabido, as promessas não são para cumprir, mas, por uma vez, lá terá de ser: na próxima sexta-feira, dia 15, a partir das 22h, haverá regabofe dançante com o sonoro devidamente seleccionado pelos DJ’s do Quase Famosos.
Será dada entrada preferencial a grupos com coreografias ensaiadas (isto para elas). Os gajos que conseguirem imitar o sô Antony (sem os Johnsons) terão direito a bar aberto de Caprisone. Em alternativa podem entrar acompanhados pelo João Lisboa. Esperamos gente gira e diferente. Tudo na Rua do Conde, n.º 57, na danceteria D&D. Se tiverem dificuldade em encontrar o sítio, sigam a batida esfuziante de um Wim Mertens ou quiçá de uns LCD.

Os Quase Famosos

7.11.2005

Summertime, and the living Is easy ...

Uma das boas coisas do Verão é a improbabilidade de nos cruzarmos na rua com alguém de capa e batina.

Oh, show me the way to the next sushi bar

E se alguém com um metro e noventa de altura, avesso a japonês, dificuldade em ouvir e vontade de conversar, resolver jantar com uma miúda que fala baixo, num restaurante onde tem de sentar-se no chão, contorcer-se minuto a minuto, tentar ouvi-la por entre a chinfrineira que sai das colunas, comer peixe cru com pauzinhos e beber chá verde no fim, isso não é Impulse. É mesmo amor.

7.07.2005

Berwick Street



Entre restaurantes de diferentes proveniências, pubs, trapos, pornografia e lojas de discos (várias), fica um mercado muito antigo. Depois há lixo no chão, fumos, cheiros, homens de turbante, homens de chapéu e chuva. O inferno de Oxford Street numa ponta e as livrarias de Shaftesbury Avenue junto à outra. (E eu, se lá pudesse estar)

7.06.2005

Noites liberais

Nem sangue, nem lágrimas. Apenas algum suor.

7.05.2005

Para quando a mesa redonda sobre guerrilha urbana?

O Workshop do Bloco de Esquerda sobre "técnicas de desobidiência civil" não é mais do que uma aula prática sobre a velha matéria do "direito à indignação".

7.04.2005

Aviso à navegação

Este blog não é recomendado pela Dra. Maria de Jesus Barroso.

De facto, Portugal não é Chicago

"(...) há alguns gangsters que querem ganhar dinheiro com a cabeça e com as pernas do Miguel (...)"

Luis Filipe Vieira

da série sociólogas esquecíveis


"Aren't women prudes if they don't and prostitutes if they do?"

Kate Millet

Viagem ao centro da Terra

"o mundo gira à volta de dinheiro, muito dinheiro"

David Borges na SIC N

Threesome

Bring me the Head of Alfredo Garcia de Sam Peckinpah, Bottle Rocket de Wes Anderson e Hardcore de Paul Schrader - os três de uma só vez na Cinecittà, uma excelente loja de filmes de Vasco Menezes sita na Avenida Sacadura Cabral, nº 4 (ao pé da Avenida de Roma).

Ailurofobia e acção

Odiava gatos e a chafurdice que faziam à porta de sua casa. Resolveu agir, e esfaqueou a velhota que os atraía com restos do almoço.

Gerontofobia e pragmatismo

Preocupado com a reduzida taxa de natalidade, alarmado com a elevada taxa de envelhecimento, com vontade de fazer rejuvenescer a cidade, um dia, não se conteve e avançou com o plano, exterminando milhões de pombos.
Nas semanas seguintes, de desgosto, milhares de velhas morreram.

7.03.2005

Um sonâmbulo muito sui generis

De manhã, deitava-se. À noite, deitava-se. Durante a tarde, passava pelas brasas. Na cadeira ressonava. Depois do lanche, fazia a sesta. Em pé, dormia. Deitado, sonhava. Na cama, fodia. Acordado, nunca estava.
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