Alpha, Bravo, Charlie...
Momento alto da viagem a Berlim: Checkpoint Charlie - o mítico checkpoint aliado, situado na fronteira das zonas americana e soviética, que durante anos serviu como porta de passagem entre Leste e Oeste para diplomatas e outros não-alemães. Os alemães, esses, também tentavam passar, mas pela calada. Vários conseguiram. Tantos foram assinados. Charlie, o checkpoint, é um daqueles locais paradoxais que sempre me fascinaram. Símbolo de liberdade face à brutalidade do Império Soviético, por um lado; fim da linha para os sonhos dessa mesma liberdade, por outro. Mas agora tudo isso se resume a História. O regime soviético - o autêntico e não a vaga ideia que dele é feita pela esquerda que se entretém a estabelecer paralelos idiotas com coisas tão diversas como as chalaças do CDS à volta do retrato de Freitas ou a agonia dos últimos dias de João Paulo II - já era; o Muro vende-se aos pedaços como "souvenir"; e o Checkpoint está convertido num museu onde, de forma naturalmente comovente, são evocados e homenageados todos aqueles que ousaram, entre 1960 e 1989, atravessar para o lado de cá.
O lado dos bons, se é que me faço entender.
O lado dos bons, se é que me faço entender.
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