The Pros and Cons of Hitch Hiking
In truck stops and hamburger joints
In Cadillac limousines
In the company of has-beens
And bent-backs and sleeping forms
On pavement steps
In libraries and railway stations
In books and banks
In the pages of history
In suicidal cavalry attacks I recognise...
Myself in every stranger's eyes
And now
from where I stand
Upon this hill
I plundered from the pool
I look around, I search the skies
I shade my eyes, so nearly blind
And I see signs of half remembered days
I hear bells that chime in strange familiar ways
I recognise...
The hope you kindle in your eyes
It's oh so easy now
As we lie here in the dark
Nothing interferes it's obvious
How to beat the tears
That threaten to snuff out
The spark of our love
Há na forma como Roger Waters canta estas palavras, na entoação que dá a cada uma delas, como corta ou estende o seu final, segredando umas e gritando outras, e na alma que mete em tudo isso, algo que ultrapassa e muito o comovente.
Esta é a letra do penúltimo capítulo de um disco que é uma história.
Desde o dia em que o ouvi, cada audição pede uma nova, e outra, e mais, até parar, para num outro dia ou ano ou quando for, mas seguro que vai ser, a ele voltar para sentir exactamente a mesma coisa que senti no momento em que pela primeira vez o ouvi.
Dir-me-ão que é um disco datado, um disco que soa sempre igual. Direi que é.
É um disco que ficou parado no tempo, mas é também um tempo que ficou gravado no disco.
Em 1984, quando saiu o LP; anos mais tarde, com a primeira edição em CD vinda da América de onde trazia censurado o rabo da menina da capa; agora; no futuro – em todas as vezes em que o pus a tocar, regressei ao primeiro dia em que o ouvi; em todas mais em que o puser, regressarei. Tinha 11 anos e mal percebia aquilo que nele é cantado, sussurrado ou dilacerantemente bradado. Agora percebo, mas nada mudou. Ouço-o como sempre. Muitas vezes. De seguida.
Este post ocorreu-me ao ler este outro. Está lá tudo.
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