a culpa é do Cavaco? Não, a culpa é dos americanos!
Na fabulosa (fabulosa é pouco!) cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos ficou mais uma vez demonstrado quão burras são as multidões à solta.
À entrada da comitiva dos Estados Unidos ouviu-se uma monumental assobiadela (contestada, porém, por uma série razoável de aplausos). Até aqui tudo bem (para mim, tudo mal), já que é concebível a hipótese de os espectadores presentes no estádio serem maioritariamente anti-americanos ou anti-a-actual-administração-americana. Pouco depois (ou antes - já não me lembro) ouviu-se uma estrondosa ovação no momento do anúncio da entrada da delegação Iraquiana. E aqui as coisas complicam-se, pois, das duas uma: ou a ovação foi para o Iraque libertado ou foi para o Iraque resistente, saudoso, ou não, de Sadam. Não há outra alternativa. Sendo os gregos um povo civilizadíssimo (digo eu, que venho de lá) e sendo os restantes presentes no olímpico, presumivelmente, gente cosmopolita, se não de bom-senso, pelo menos de senso comum, não é crível que os vivas fossem para Moqtada al-Sadr. Assim, só podem ter sido para o Iraque instituído após a guerra. Ora, acontece que este Iraque que o povo – e bem – aplaudiu, é como é, só e mais nada, graças à América que o mesmíssimo povo vaiou. Seja qual for a posição que se tenha relativamente à última guerra do Iraque, ninguém pode negar este facto.
Moral da história: de uma manifestação como esta, nenhum sentido - ligeiro sequer - pode ser retirado. É que, entre o que se passou em Atenas, o que se vê todas as semanas nos Prós e Contras da Fátima Campos Ferreira (onde se dá vivas a tudo e ao seu contrário), e que se passa nas mais variadas manifestações populares onde se reúne um número suficiente de gente que permita diluir as partes no todo, nenhuma diferença existe. São todos casos em que a boçalidade do povo unido dita a forma de comportamento do indivíduo hesitante.
À entrada da comitiva dos Estados Unidos ouviu-se uma monumental assobiadela (contestada, porém, por uma série razoável de aplausos). Até aqui tudo bem (para mim, tudo mal), já que é concebível a hipótese de os espectadores presentes no estádio serem maioritariamente anti-americanos ou anti-a-actual-administração-americana. Pouco depois (ou antes - já não me lembro) ouviu-se uma estrondosa ovação no momento do anúncio da entrada da delegação Iraquiana. E aqui as coisas complicam-se, pois, das duas uma: ou a ovação foi para o Iraque libertado ou foi para o Iraque resistente, saudoso, ou não, de Sadam. Não há outra alternativa. Sendo os gregos um povo civilizadíssimo (digo eu, que venho de lá) e sendo os restantes presentes no olímpico, presumivelmente, gente cosmopolita, se não de bom-senso, pelo menos de senso comum, não é crível que os vivas fossem para Moqtada al-Sadr. Assim, só podem ter sido para o Iraque instituído após a guerra. Ora, acontece que este Iraque que o povo – e bem – aplaudiu, é como é, só e mais nada, graças à América que o mesmíssimo povo vaiou. Seja qual for a posição que se tenha relativamente à última guerra do Iraque, ninguém pode negar este facto.
Moral da história: de uma manifestação como esta, nenhum sentido - ligeiro sequer - pode ser retirado. É que, entre o que se passou em Atenas, o que se vê todas as semanas nos Prós e Contras da Fátima Campos Ferreira (onde se dá vivas a tudo e ao seu contrário), e que se passa nas mais variadas manifestações populares onde se reúne um número suficiente de gente que permita diluir as partes no todo, nenhuma diferença existe. São todos casos em que a boçalidade do povo unido dita a forma de comportamento do indivíduo hesitante.
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