7.10.2004

o que é um Presidente?

A minha consideração e admiração por Jorge Sampaio – que já não eram pequenas – aumentaram significativamente ontem.

Não pelo sentido, em si, da decisão que tomou (embora esse seja idêntico ao que eu defendi), mas por na sua base ter residido, única e exclusivamente, o critério do interesse do país, ou a convicção pessoal daquilo que melhor prossegue esse interesse.

Jorge Sampaio decidiu contra o que a grande maioria da sua gente defendeu, e isso já lhe está a valer criticas, acusações, ataques e, até, calúnias, que, não tenho dúvidas, pessoalmente muito o magoam.

Jorge Sampaio decidiu contra o seu instinto político natural, comprometendo a compreensão de muitos daqueles que o elegeram e ficando negativa e definitivamente marcado perante uma grande parte deles.

Jorge Sampaio arriscou perder amigos e, quiçá, perdeu-os.

Apesar de todas as adversidades pessoais e políticas que decorrem da decisão que tomou, porque entendeu que era o melhor para o país, Jorge Sampaio não se coibiu em tomá-la.

Jorge Sampaio, em circunstâncias pessoais e políticas, para si, muito difíceis, mostrou uma enorme coragem ao obedecer àquilo que a sua consciência ditou como sendo o melhor para Portugal

Como é profunda a diferença entre Jorge Sampaio e Durão Barroso.


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