7.14.2004

Emigrar?

Num post bem disposto, o Filipe traça o paralelismo entre a emigração de direita que se seguiu ao 25 de Abril e uma possível vaga migratória de esquerda na sequência da subida ao poder de Pedro Santana Lopes.

Com um vago conhecimento de causa, por fazer parte (embora ainda ao colo) da dita direita que emigrou a seguir ao 25 de Abril (precisamente para o Rio e para Madrid), parece-me que a situação actual é um bocadinho – e apenas um bocadinho – diferente da então vivida.

Naquela altura, circulavam mandatos de captura emitidos em branco, e as casa daqueles que não gritavam vivas à revolução eram cercadas sob a mira das G-3. É certo que, mais tarde, veio a saber-se que tudo não passou de uma encenação para dar algum picante à revolução; porém, naquele momento de alegria conturbada, dúvidas que houvessem sobre o perigo que se corria, eram legitimamente admissíveis.

Agora. Bem... Agora, temos um gajo com gel na cabelo que manda (pouco) nisto, perigoso a dar entrevista, mas totalmente inofensivo no que respeita àquilo que mais interessa. Todos, incluindo os que não gostam dele, poderão continuar a circular livremente; todos poderão expressar-se como bem entenderem; todos continuarão a ser livres de fazer aquilo que quiserem e conseguirem, e ninguém será privado dos seus bens e propriedades, cuja liberdade de possuir e usufruir permanecerá intacta.

Um grande abraço de boas-vindas a toda a rapaziada da Esplanada.
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