7.21.2004

coligaquê?

Do episódio involuntariamente protagonizado por Teresa Caeiro, interessa-me apenas reter o essencial.
Santana, como já havia previsto Vasco Pulido Valente e muita outra boa gente, não irá perder nenhuma oportunidade para subalternizar Paulo Portas. Como Santana é mais forte, Portas terá que se ir aguentando, sendo certo que no dia em que reagir - e é provável que esse dia venha a ocorrer mais cedo do que aquilo que se espera (já que portas não é de levar e ficar, por muito tempo, calado) -, Santana não hesitará em tentar anulá-lo.
Não sei o que de facto aconteceu, nem acho muito importante saber de quem é a culpa desta trapalhada. Sei, porque Santana fez questão de mostrar, que a Portas não irá ser dada a mínima folga.
Para Santana, essa será a forma mais fácil de cativar o silenciosos mas imenso (?) PSD que (ainda) lhe é hostil.


Santana – um caso de persistência
À semelhança do que havia sucedido com os Ministros, o elenco de Secretários de Estado deste governo tem alguns nomes de pessoas competentes e com qualidade profissional vindas de fora do meio politico-partidário, com a vantagem de, desta vez, irem, em regra, tutelar as áreas que melhor conhecem.
São, pois, boas notícias.
Pena é que, num primeiro momento, estas acertadas escolhas acabem por ser ofuscadas por mais uma promessa não cumprida de Santana Lopes.
Santana havia prometido menos Secretários de Estado do que os existentes no anterior governo, mas, afinal, acabaram por ser mais.
Não interessa tanto saber se são pouco mais ou, sequer, se são demais (anyway, para mim são). O que interessa é que em duas semanas esta já é a terceira promessa que Santana faz e não cumpre. Tudo promessas gratuitas no sentido em que ninguém lhe pediu que as fizesse. Tudo sinais de que, por mais que uma pessoa se esforce para lhe dar o beneficio da dúvida (e eu tenho-o feito com bastante afinco), Santana parece ser incorrigível.
O que lhe vale é que, conforme bem notou Pacheco Pereira, pouca gente leva a sério aquilo que Santana diz e, como tal, o não cumprimento de promessas acaba por ser encarado apenas como mais um fait-divers. Até ao dia.


As melancias, como é normal, revelam uma enorme dificuldade em aprender
Atacar Luís Nobre Guedes pelo facto de ter sido advogado de empresas ligadas ao ambiente é, para além de uma saloiice, um tiro totalmente ao lado por parte daqueles que a ele se querem opor. Por esta lógica (que – é bom não esquecer – foi em tempos explorada quanto aos deputados pela criatura Manuel Monteiro, quando ainda sobre ela era exercida a influência do criador), nenhum advogado com um mínimo de carreira poderia assumir um cargo de governante.
É igualmente um disparate falar em incompatibilidade por Nobre Guedes ter pertencido aos órgãos de algumas dessas empresas. Quem tenha algum conhecimento do mundo real, sabe que é perfeitamente normal os advogados integrarem os órgãos sociais de sociedades suas clientes sem que, por desempenharem funções não executivas, tenham interesse directo nos seus negócios.
O importante a este respeito é saber se Luís Nobre Guedes tem, ou vai rapidamente passar a ter, ideias sobre o que fazer em matéria de ambiente. Ideias que, espero, dêem razões àqueles que agora o acusam de incompatível, para continuar a criticá-lo. Se assim for, poderá querer dizer que são boas ideias.
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