6.16.2004

o que vale é que já estamos todos a fazer contas

A grande dúvida que se me coloca para hoje, é a de saber qual o melhor resultado para Portugal do jogo Espanha – Grécia, que será disputado no Bessa, Boavista, Porto.
Vejamos, hipótese a hipótese:

1ª. Ganha a Espanha. Há quem diga que a vitória da Espanha é boa para nós porque praticamente apura os espanhóis, permitindo-lhes jogar o último jogo do grupo – contra Portugal – descontraídos e a rodar os suplentes, ficando, assim, mais fácil ganhar-lhes. Para além disso é a forma de poderem passar à segunda fase, tanto Portugal como a Espanha, o que - dizem - é bom para o turismo.
Para mim, este seria o pior resultado. Desde logo, porque nada nos garante que uma Espanha descontraída e suplente jogue pior do que uma contraída e titular, antes pelo contrário. Depois, porque é a única situação em que, mesmo ganhando Portugal os dois jogos (contra Rússia e Espanha), fica, ainda assim, dependente do resultado do Grécia – Rússia: se a Grécia ganhasse, teríamos três selecções com 6 pontos: Portugal, Grécia e Espanha, passando as duas com melhor goal-average, não necessariamente a nossa. Para além disso tudo, pouco me interessa o turismo.

2ª. Espanha e Grécia empatam. Neste cenário, Portugal, para além de depender só de si para passar aos quartos (bastar-lhe-á ganhar os dois jogos), até pode dar-se ao luxo de empatar com a Rússia, desde que depois ganhe à Espanha e a Grécia não perca com a Rússia (Grécia 1ª, com 7 ou 5 pontos, Portugal e Espanha com 4 pontos, mas vantagem para Portugal por ter ganho no confronto directo).
(Note-se que em todas as nossas hipóteses de sucesso a Rússia tem que ir com os porcos. Minto, há uma hipótese de passarmos nós e a Rússia: amanhã, dois empates (o do Grécia – Espanha a zero, e o nosso com a Rússia a muitos golos); na última jornada, nós goleamos a Espanha e a Rússia espeta duas ou três batatas na Grécia. As quatro selecções ficarão com 4 pontos, seguindo em frente as goleadoras Portugal e Rússia.)

3ª. Ganha a Grécia. A Grécia fica automaticamente apurada. Portugal continua a depender só de si (ganhando os dois jogos necessariamente passa), e o empate com a Rússia não nos afasta totalmente, pois se ganharmos à Espanha (algum jogo temos que ganhar para passar. Ou será que não?) e a Rússia não ganhar à Grécia, passamos nós em segundo.

4ª. A claque grega dá cabo do Norte Shopping, rebentando com a avenida das comidas. O vandalismo é de tal forma grave que a UEFA decide expulsar a selecção Grega. Temos que ganhar à Rússia, pois a Rússia fica automaticamente com o jogo seguinte ganho por falta de comparência da Grécia. Ganhando à Rússia estamos apurados, seja qual for o resultado com a Espanha.

5ª. As claques grega e espanhola enfrentam-se na Rotunda dos Produtos Estrela, junto à Boavista, com relato em directo feito para a TSF por Renato Romariz que por ali passa no helicóptero do trânsito. O Rei Juan Carlos, a caminho do Bessa, apercebe-se dos desacatos e pede ao motorista que volte para o aeroporto para se por a andar; antes, pede-lhe um Ferrero Rocher. Gregos e espanhóis empatam à estalada (embora os gregos sejam menos). Chegado à Zarzuela, o Rei discute violentamente com a Rainha Sofia, por esta defender a sua Grécia e, mais uma vez, queixar-se da fatiota usada por Letícia. Os reis de Espanha separam-se. A UEFA expulsa Espanha e Grécia do Euro. E nós já podemos perder com a Rússia, e passar.
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