Dassse! (título provisório, na falta de outro)
Não é agradável ser-se apelidado de extremista, ainda que de direita. Admito até que seja insultuoso. Mas, a meu ver, ainda não é o mesmo que ser chamado de cabrão ou filho da puta, para dar apenas dois exemplos.
No nosso debate e discussão politicas, acusar o próximo de ser de extrema-direita ou de extrema-esquerda, tornou-se numa prática corrente e banal que veio atenuar e relativizar, muito, o verdadeiro sentido destas expressões – pergunto: qual o direitista ou esquerdista, por mais civilizada e moderada, ainda que convicta, que sejam as suas direita ou esquerda, que ainda não foi, alguma vez, brindado com o epíteto de extremista? Poucos. Bem me parece.
Por estes tempos, quem não é do centro ou de coisa alguma, corre o sério risco de, pelo menos uma vez na vida, ser verbalmente chutado para um gueto ideológico.
Posto isto, reprovo os desabafos insultuosos de Sousa Franco (por quem tenho e continuarei a ter a maior consideração) e tenho pena que os tenha feito, mas não entro em histerias.
Por outro lado, a conversa do “careca com uns óculos esquisitos”, não sendo, também ela, a maior ofensa de que se pode ser alvo, é, em todo o caso, de uma grandessíssima má-criação. Para além disso, é um erro primário que um político, ainda que J., não devia cometer.
(O João Almeida, percebendo isso quando já era tarde, veio, e bem, retratar-se. Mas, a retratação, sendo um gesto bonito, não é, também ela, a coisa mais nobre e digna do mundo, como alguns tentam fazer passar. Nobre e digno seria não chamar “careca” a Sousa Franco).
É um erro primário porque, desde logo, ninguém deixará de votar em Sousa Franco pelo facto de ser “careca” e ter “uns óculos esquisitos”. É, pois, para além de mal criado, um acto gratuito, inútil e ineficaz. É ainda um erro primário, porque, graças a ele, durante dois dias de campanha eleitoral não se falou em mais nada se não isso, obrigando João de Deus Pinheiro a gastar as suas energias a apagar fogos em vez de gastá-las a tentar ganhar votos.
Não é agradável ser-se apelidado de extremista, ainda que de direita. Admito até que seja insultuoso. Mas, a meu ver, ainda não é o mesmo que ser chamado de cabrão ou filho da puta, para dar apenas dois exemplos.
No nosso debate e discussão politicas, acusar o próximo de ser de extrema-direita ou de extrema-esquerda, tornou-se numa prática corrente e banal que veio atenuar e relativizar, muito, o verdadeiro sentido destas expressões – pergunto: qual o direitista ou esquerdista, por mais civilizada e moderada, ainda que convicta, que sejam as suas direita ou esquerda, que ainda não foi, alguma vez, brindado com o epíteto de extremista? Poucos. Bem me parece.
Por estes tempos, quem não é do centro ou de coisa alguma, corre o sério risco de, pelo menos uma vez na vida, ser verbalmente chutado para um gueto ideológico.
Posto isto, reprovo os desabafos insultuosos de Sousa Franco (por quem tenho e continuarei a ter a maior consideração) e tenho pena que os tenha feito, mas não entro em histerias.
Por outro lado, a conversa do “careca com uns óculos esquisitos”, não sendo, também ela, a maior ofensa de que se pode ser alvo, é, em todo o caso, de uma grandessíssima má-criação. Para além disso, é um erro primário que um político, ainda que J., não devia cometer.
(O João Almeida, percebendo isso quando já era tarde, veio, e bem, retratar-se. Mas, a retratação, sendo um gesto bonito, não é, também ela, a coisa mais nobre e digna do mundo, como alguns tentam fazer passar. Nobre e digno seria não chamar “careca” a Sousa Franco).
É um erro primário porque, desde logo, ninguém deixará de votar em Sousa Franco pelo facto de ser “careca” e ter “uns óculos esquisitos”. É, pois, para além de mal criado, um acto gratuito, inútil e ineficaz. É ainda um erro primário, porque, graças a ele, durante dois dias de campanha eleitoral não se falou em mais nada se não isso, obrigando João de Deus Pinheiro a gastar as suas energias a apagar fogos em vez de gastá-las a tentar ganhar votos.
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