O Barnabé dá catequese aos seus 900 leitores
(A Fátima, chegam mais umas centenas de milhares de peregrinos)
O Barnabé voltou a uma das suas cruzadas preferidas – atacar a igreja católica e os católicos, a propósito de o que quer que seja. Desta vez, o pretexto é Fátima.
Não sou um católico confiante. Acredito que posso acreditar. Nunca fui a Fátima, nem fiz qualquer peregrinação, nem sequer sou praticante do mais elementar ritual que é ir à missa, mas tento, com muitas falhas, ser um bom cristão.
Apesar do meu fracasso espiritual, uma das coisas que mais me repugna é a forma militantemente ressabiada como certa esquerda, sistematicamente, aponta o dedo aos católicos, usando-os como arma de arremesso politico – como se a religião existisse contra essa esquerda, para dar cabo dela, para acabar com a fé que os poucos que ainda a seguem têm que ter para nela continuarem a militar. É-me totalmente indiferente que se brinque ou goze com a igreja, com os crentes ou com os rituais da fé, desde que seja com o propósito de fazer rir, que tente ter graça apenas para ter graça, que não tenha por trás segundas intenções, que são as primeiras, de combater os católicos, de censurar a sua liberdade de expressão e de manifestação. Portugal não é o Irão, e o cristianismo, mais ainda o catolicismo, é, e digo-o sem qualquer juízo de valor subjacente, uma religião tolerante e aberta. É um facto. Em regra, os católicos não se importam de ser objecto de anedotas e, inclusive, a maioria, ri-se livremente quando lhes acha graça.
Sucede que, o que se assiste no Barnabé não é nada disso.
A esquerda moralmente superior que martela aqueles posts encara o ataque aos católicos como uma missão dos lúcidos para salvar do obscurantismo os desgraçados que nele vivem submersos. Para esta esquerda radicalmente pura, sempre consciente do bem e do mal, do certo e do errado, sempre a julgar, sempre a avaliar, sempre a pregar, a dar sermões, a exigir confissões, os únicos católicos sensatos, são aqueles que põe em causa o próprio catolicismo, ou por outra, são os não católicos.
O cartaz da Irmã Lúcia, que até poderia ter graça noutro contexto, aqui assume um carácter ofensivo e grotesco, mesmo para quem não é devoto de Fátima. Os Barnabés não conseguem ter um mínimo de humildade para conceber que alguém, voluntariamente, faça um voto de clausura e passe o resto da vida a rezar. Mas, mesmo não conseguindo conceber (a mim, também custa), podiam, ao menos, não se ofender com isso. O facto de a Irmã Lúcia ter feito votos de clausura e silêncio não é objectivamente mau para ninguém. Pode ser irrelevante para uns e bom para aqueles que acreditam que, a rezar, a Irmã Lúcia pode fazer bem ao próximo, mas nunca pode ser mau, a não ser para ela – que não é, pois decidiu livremente fazê-los. Já não vejo a mesma atitude dos Barnabés relativamente a práticas que são impostas noutras religiões, contra a vontade dos próprios crentes, ou, até, dos não crentes que por ela vivem rodeados. Mas isso é outra conversa.
Depois, o Barnabé incomoda-se que as peregrinações a Fátima passem na televisão e que, a comentá-las esteja um padre em vez de não-sei-quem que os Barnabés gostariam de ver. Como se a televisão, que em 90% do tempo passa merda que não diz nada a ninguém, não pudesse, com todo o propósito, passar um evento religioso, num país onde a maioria, bem ou mal, ainda é religiosa, correndo o risco de chatear os Barnabés, mas prestando um serviço público a muitos que a sustentam directa (RTP) ou indirectamente (as outras). As mesmas televisões que nos enchem diariamente de Louças, Fazendas, Dragos, a palpitar sobre o que lhes apetece, apesar de dizerem pouco a quase ninguém.
No anticlericalismo mais que jacobino dos Barnabés, denota-se uma frustração por a religião cristã, apesar de todos os ataques que lhe dirigem, continuar centena após centena de anos, sólida e a chamar milhões de pessoas. Ao passo que as religiões deles – os comunismos de diferentes cartilhas amalgamados e empacotados num embrulho politicamente correcto que os dissimula, mas não esconde o que de pior neles há – encontram-se, menos de um século depois, a agoniarem por mais umas centenas de votos para eleger mais um deputado a somar aos dois ou três, ou nenhum, que têm.
É tudo uma questão de dimensão, de fé e da falta dela.
(A Fátima, chegam mais umas centenas de milhares de peregrinos)
O Barnabé voltou a uma das suas cruzadas preferidas – atacar a igreja católica e os católicos, a propósito de o que quer que seja. Desta vez, o pretexto é Fátima.
Não sou um católico confiante. Acredito que posso acreditar. Nunca fui a Fátima, nem fiz qualquer peregrinação, nem sequer sou praticante do mais elementar ritual que é ir à missa, mas tento, com muitas falhas, ser um bom cristão.
Apesar do meu fracasso espiritual, uma das coisas que mais me repugna é a forma militantemente ressabiada como certa esquerda, sistematicamente, aponta o dedo aos católicos, usando-os como arma de arremesso politico – como se a religião existisse contra essa esquerda, para dar cabo dela, para acabar com a fé que os poucos que ainda a seguem têm que ter para nela continuarem a militar. É-me totalmente indiferente que se brinque ou goze com a igreja, com os crentes ou com os rituais da fé, desde que seja com o propósito de fazer rir, que tente ter graça apenas para ter graça, que não tenha por trás segundas intenções, que são as primeiras, de combater os católicos, de censurar a sua liberdade de expressão e de manifestação. Portugal não é o Irão, e o cristianismo, mais ainda o catolicismo, é, e digo-o sem qualquer juízo de valor subjacente, uma religião tolerante e aberta. É um facto. Em regra, os católicos não se importam de ser objecto de anedotas e, inclusive, a maioria, ri-se livremente quando lhes acha graça.
Sucede que, o que se assiste no Barnabé não é nada disso.
A esquerda moralmente superior que martela aqueles posts encara o ataque aos católicos como uma missão dos lúcidos para salvar do obscurantismo os desgraçados que nele vivem submersos. Para esta esquerda radicalmente pura, sempre consciente do bem e do mal, do certo e do errado, sempre a julgar, sempre a avaliar, sempre a pregar, a dar sermões, a exigir confissões, os únicos católicos sensatos, são aqueles que põe em causa o próprio catolicismo, ou por outra, são os não católicos.
O cartaz da Irmã Lúcia, que até poderia ter graça noutro contexto, aqui assume um carácter ofensivo e grotesco, mesmo para quem não é devoto de Fátima. Os Barnabés não conseguem ter um mínimo de humildade para conceber que alguém, voluntariamente, faça um voto de clausura e passe o resto da vida a rezar. Mas, mesmo não conseguindo conceber (a mim, também custa), podiam, ao menos, não se ofender com isso. O facto de a Irmã Lúcia ter feito votos de clausura e silêncio não é objectivamente mau para ninguém. Pode ser irrelevante para uns e bom para aqueles que acreditam que, a rezar, a Irmã Lúcia pode fazer bem ao próximo, mas nunca pode ser mau, a não ser para ela – que não é, pois decidiu livremente fazê-los. Já não vejo a mesma atitude dos Barnabés relativamente a práticas que são impostas noutras religiões, contra a vontade dos próprios crentes, ou, até, dos não crentes que por ela vivem rodeados. Mas isso é outra conversa.
Depois, o Barnabé incomoda-se que as peregrinações a Fátima passem na televisão e que, a comentá-las esteja um padre em vez de não-sei-quem que os Barnabés gostariam de ver. Como se a televisão, que em 90% do tempo passa merda que não diz nada a ninguém, não pudesse, com todo o propósito, passar um evento religioso, num país onde a maioria, bem ou mal, ainda é religiosa, correndo o risco de chatear os Barnabés, mas prestando um serviço público a muitos que a sustentam directa (RTP) ou indirectamente (as outras). As mesmas televisões que nos enchem diariamente de Louças, Fazendas, Dragos, a palpitar sobre o que lhes apetece, apesar de dizerem pouco a quase ninguém.
No anticlericalismo mais que jacobino dos Barnabés, denota-se uma frustração por a religião cristã, apesar de todos os ataques que lhe dirigem, continuar centena após centena de anos, sólida e a chamar milhões de pessoas. Ao passo que as religiões deles – os comunismos de diferentes cartilhas amalgamados e empacotados num embrulho politicamente correcto que os dissimula, mas não esconde o que de pior neles há – encontram-se, menos de um século depois, a agoniarem por mais umas centenas de votos para eleger mais um deputado a somar aos dois ou três, ou nenhum, que têm.
É tudo uma questão de dimensão, de fé e da falta dela.
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