5.19.2004

Gosto:
Do minimalismo. Sobretudo na arte. Enjoo com o tipo de argumentação marxista que afirma perante as White Paintings de Robert Rauschenberg: “Isto, também eu fazia”. Como se a arte fosse tanto melhor quanto o trabalho (físico) que dá a criar. Respondo invariavelmente: “Fazias, mas não fizeste, por isso é que o Rauschenberg (ou seja quem for) está aqui exposto e tu pagas um bilhete simbólico para vê-lo.
Vi há dois meses, por um preço simbólico, uma extraordinária exposição do acervo minimalista do Guggenheim de Nova Iorque – Singular forms (sometimes repeated). Lá expostas estavam algumas das grandes obras de sempre desta corrente horizontal. Donald Judd, Dan Flavin, Robert Ryman, James Lee Byars, Sol LeWitt, Frank Stella, Robert Mangold, Wolfgang Laib, Felix Gonzalez Torres - estava lá toda a gente.
Gosto de ver exposições no Guggenheim de cima para baixo - a pé, é sempre preferível descer - tendo visto esta de trás para a frente por estar cronologicamente montada de baixo para cima (confuso). De agora para meados do século passado. Pinturas, esculturas, instalações que qualquer um de nós faria, tivesse tido a ideia, soubesse contextualizá-la, vendê-la, dar-lhe um sentido conceptual, muito para lá da pobreza aparente que ostentam. Formas geometricamente simples, básicas, primárias, muitas vezes repetidas, que qualquer um de nós faria, tivesse tido a arte de as criar.
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