5.19.2004

Gosto:
De Damien Hirst. Ainda a propósito dos minimalistas do Guggenheim, uma das obras que mais me impressionou nessa exposição, a primeira que vi, a última da exposição (de 2002), foi o enorme quadro de Damien Hirst (que não é um minimalista. Quanto muito um maximalista) que dá pelo título de Armageddon. São milhares de moscas caseiras mortas e coladas num painel de 2,5m por 3,5m, criando uma superfície monocromática e brutal. Damien Hirst, à parte de ser um mimado (porque o mimam) e um megalómano (porque lhe enchem os bolsos, pagando os preços absurdos que o mercado atribui), é um génio. Um dos poucos na arte contemporânea. E os génio, quando resolvem atirar-se para a frente, pensar em grande e fazer maior, saem-se com coisas destas. Depois das shark-infested waters, das tainhas que, num aquário cheio de destroços dos dias, circulam à volta de uma cadeira de ginecologista, das cabeças de caça cravadas de objectos cortantes, isto só visto, porque contado não tem qualquer impacto.

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