4.09.2004

Nova Iorque (IV)

Na discografia de Lou Reed o disco ao vivo tem sido uma constante, acompanhando ao longo dos anos as diversas fases da sua carreira. Lou Reed, para além de muitas outras coisas, é uma animal do palco – o que se advinha pela capa do seu melhor ‘live’: Rock n Roll Animal, e se confirma pelos títulos deste e do novíssimo Animal Serenade – que nunca se limita a interpretar as suas músicas, indo sempre mais além, ao recompô-las no momento.
Entrados em pleno no interminável pós-modernismo, é um alívio falar de Lou Reed. Não há que estar à procura das influências, nem das ascendências, nem dos rótulos ou das piscadelas de olho, porque, pura e simplesmente, Lou Reed é essencial na História do rock.
Essencial porque fundador, original, inclassificável e irrepetível. Está antes de tudo o resto, mesmo daqueles que o antecederam, e prossegue depois do que vai acontecendo, aparecendo e marcando a agenda. Muitas das suas músicas estão para o rock, como os standards dos Gershwin ou Cole Porter estão para o Great American Songbook. Ele é a melhor definição e o mais perfeito exemplo do rock que podem ser dados a um marciano que aqui aterre – a força da guitarra eléctrica lado a lado com a poesia. Um vírus que se apanha na adolescência e se carrega toda a vida. Uma doença com a qual nos habituamos a viver. Ou a salvação.

One fine mornin’, she puts on a new york station
And she couldn’t believe what she heard at all
She started dancin’ to that fine-fine-fine-fine music
Ooohhh, her life was saved by rock ’n’ roll
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