Man of good fortune, man of poor beginnings (ou enquanto o meu mundo for com é...)
Dizem que Saramago tem contribuído muito para ‘elevar bem alto’ o nome de Portugal. É falso.
Saramago é uma figura desagradável. Zangado com o mundo e com a vida, Saramago destila desprezo por Portugal, país que sistematicamente achincalha de forma pedante e pretensiosa. Ao contrário de muitos comunistas, é um cínico que finge, cada vez pior, cada vez menos, que se interessa pelo próximo, quando, na verdade, se está perfeitamente a borrifar para ele.
Saramago ataca os governos e ‘o poder económico’, culpando-os pelo desemprego. Mas, se Saramago mandasse, no mundo do Saramago, o desemprego seria muito, mas mesmo muito, maior. Primeiro, porque não haveriam empresas; segundo, porque os empregos públicos, os únicos que existiriam, seriam distribuídos pelas pessoas que alinham com os Saramagos deste mundo. Cada vez menos, felizmente.
Saramago diz que somos escravos do consumo. Mas se Saramago mandasse, no mundo do Saramago, nós seríamos escravos dos seus caprichos. Não consumiríamos mais nada se não o que ele permitisse. E o que é que ele permitiria que consumíssemos se considera ser quase tudo uma ‘merda’?
Saramago diz que a única coisa que identifica as pessoas é o cartão de crédito. Mas se Saramago mandasse, no mundo do Saramago, eu não teria, nem quereria ter, cartão de crédito. Eu não quereria ser identificado pelo dito cartão, porque eu não quereria ser preso por não pensar da mesma maneira que Saramago.
Não sei se Saramago incitou aos votos em branco, mas, se o fez, é-me totalmente indiferente. Como é óbvio, ninguém irá segui-lo. A única coisa em que admito seguir Saramago, é na forma despodoradamente livre como exprime as suas opiniões. Tal como ele se sente no direito em incomodar-se com a democracia, a propriedade (dos outros), a liberdade de escolha, o voto rosa, laranja, ou de outra cor, e se sente no direito de dizê-lo a quem o quiser ouvir, eu sinto-me no direito de incomodar-me com as entrevistas que ele dá e as aparições que faz, e a escrevê-lo para quem me quiser ler.
Saramago tenta ter uma postura de aristocrata decadente, desiludido com o caminho que o mundo segue. Mas a arrogância que ostenta é bera e de baixa extracção social, como a de alguns dos velhos analfabetos criados pelo salazarismo que, pelas ruas de Lisboa, resmungam para os cães e para os carros.
Não quero saber dos livros (que nunca li), nem das vendas (para as quais nunca contribui), nem do Nobel, nem dos cabelos brancos. Enquanto o meu mundo for como é, tanto Saramago como eu poderemos dizer o que pensamos.
E, por isso, digo: Não tenho qualquer orgulho em que Saramago seja português, mas, ao contrário de Saramago, ainda tenho algum em ser português.
Dizem que Saramago tem contribuído muito para ‘elevar bem alto’ o nome de Portugal. É falso.
Saramago é uma figura desagradável. Zangado com o mundo e com a vida, Saramago destila desprezo por Portugal, país que sistematicamente achincalha de forma pedante e pretensiosa. Ao contrário de muitos comunistas, é um cínico que finge, cada vez pior, cada vez menos, que se interessa pelo próximo, quando, na verdade, se está perfeitamente a borrifar para ele.
Saramago ataca os governos e ‘o poder económico’, culpando-os pelo desemprego. Mas, se Saramago mandasse, no mundo do Saramago, o desemprego seria muito, mas mesmo muito, maior. Primeiro, porque não haveriam empresas; segundo, porque os empregos públicos, os únicos que existiriam, seriam distribuídos pelas pessoas que alinham com os Saramagos deste mundo. Cada vez menos, felizmente.
Saramago diz que somos escravos do consumo. Mas se Saramago mandasse, no mundo do Saramago, nós seríamos escravos dos seus caprichos. Não consumiríamos mais nada se não o que ele permitisse. E o que é que ele permitiria que consumíssemos se considera ser quase tudo uma ‘merda’?
Saramago diz que a única coisa que identifica as pessoas é o cartão de crédito. Mas se Saramago mandasse, no mundo do Saramago, eu não teria, nem quereria ter, cartão de crédito. Eu não quereria ser identificado pelo dito cartão, porque eu não quereria ser preso por não pensar da mesma maneira que Saramago.
Não sei se Saramago incitou aos votos em branco, mas, se o fez, é-me totalmente indiferente. Como é óbvio, ninguém irá segui-lo. A única coisa em que admito seguir Saramago, é na forma despodoradamente livre como exprime as suas opiniões. Tal como ele se sente no direito em incomodar-se com a democracia, a propriedade (dos outros), a liberdade de escolha, o voto rosa, laranja, ou de outra cor, e se sente no direito de dizê-lo a quem o quiser ouvir, eu sinto-me no direito de incomodar-me com as entrevistas que ele dá e as aparições que faz, e a escrevê-lo para quem me quiser ler.
Saramago tenta ter uma postura de aristocrata decadente, desiludido com o caminho que o mundo segue. Mas a arrogância que ostenta é bera e de baixa extracção social, como a de alguns dos velhos analfabetos criados pelo salazarismo que, pelas ruas de Lisboa, resmungam para os cães e para os carros.
Não quero saber dos livros (que nunca li), nem das vendas (para as quais nunca contribui), nem do Nobel, nem dos cabelos brancos. Enquanto o meu mundo for como é, tanto Saramago como eu poderemos dizer o que pensamos.
E, por isso, digo: Não tenho qualquer orgulho em que Saramago seja português, mas, ao contrário de Saramago, ainda tenho algum em ser português.
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