growing up in private
Não sei se o filme Sylvia vale ou não a pena. Depois de ter ouvido o aval de João Lopes acredito muito que sim.
A Campânula de Vidro* foi um dos livros de referência da minha adolescência. O ambiente depressivo e o final infeliz encaixaram muito bem na idade do armário, da mesma forma que o retrato da sociedade patriarcal e puritana da Nova Inglaterra dos anos 50 serviu de contraponto a uma hiperactividade desregrada no meio de uma família matriarcal e liberal q.b.
O processo de crescimento implica sempre uma perda de ingenuidade e, com ela, alguma desilusão. Uma desilusão que, no caso de Esther Greenwood – ou, se preferirmos, de Sylvia Plath -, desembocou directamente num estado de lucidez insana, ou loucura consciente, sem direito a passagem pela maturidade tal como esta é suposta ser.
Tenho para mim que este é um daqueles livros que devem ser lidos numa certa idade. Não é que seja bom numa altura e deixe de sê-lo noutra – os clássicos são intemporais, e a Campânula de Vidro é um clássico. Mas tenho dúvidas que, longe das birras e rebeldias idiotas da puberdade, longe das dúvidas existenciais de quarto fechado à chave, longe da ingenuidade que se perdia, consiga gostar-se tanto dele.
*A Campânula de Vidro, Assirio & Alvim (The Bell Jar, 1963)
A Campânula de Vidro* foi um dos livros de referência da minha adolescência. O ambiente depressivo e o final infeliz encaixaram muito bem na idade do armário, da mesma forma que o retrato da sociedade patriarcal e puritana da Nova Inglaterra dos anos 50 serviu de contraponto a uma hiperactividade desregrada no meio de uma família matriarcal e liberal q.b.
O processo de crescimento implica sempre uma perda de ingenuidade e, com ela, alguma desilusão. Uma desilusão que, no caso de Esther Greenwood – ou, se preferirmos, de Sylvia Plath -, desembocou directamente num estado de lucidez insana, ou loucura consciente, sem direito a passagem pela maturidade tal como esta é suposta ser.
Tenho para mim que este é um daqueles livros que devem ser lidos numa certa idade. Não é que seja bom numa altura e deixe de sê-lo noutra – os clássicos são intemporais, e a Campânula de Vidro é um clássico. Mas tenho dúvidas que, longe das birras e rebeldias idiotas da puberdade, longe das dúvidas existenciais de quarto fechado à chave, longe da ingenuidade que se perdia, consiga gostar-se tanto dele.
*A Campânula de Vidro, Assirio & Alvim (The Bell Jar, 1963)
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