Um tiro quase certeiro
A propósito da vontade em dialogar e negociar com a Al-Qaeda expressa por Mário Soares, o Diogo recordando (e muito bem, porque estas coisas devem ser recordadas para não serem repetidas) a triste iniciativa que aquele teve quando impôs ao parlamento a amnistia dos crimes de terrorismo das FP25, conclui que pior do que dialogar com a Al-Qaeda seria amnistiá-la.
Ora, sendo verdade que no caso da amnistia a Otelo houve um claro ataque aos direitos fundamentais dos cidadãos, como sejam os de ter um sistema de justiça que funcione livremente, sem interferências políticas e sem submissão a critérios de amizade, sobretudo quando estão em causa crimes que atentam conta o próprio estado de direito, não é menos verdade que na base da ideia de Soares de dialogar com a Al-Qaeda está igualmente uma ideia de amnistia.
Quando se diz, como Soares diz, que é preciso dialogar e negociar com a Al-Qaeda, e compreender os seus motivos e as razões do seu descontentamento, está subjacentemente a dizer-se (mesmo que não tenha sido essa a directa intenção, o que acredito) que é preciso passar uma esponja sobre aquilo que a Al-Qaeda já fez, esquecer as suas anteriores acções, os seus anteriores atentados, pois só assim seria possível dialogar de igual para igual, que é como os diálogos devem ser tidos. É facilmente perceptível que o dr. Soares não está a falar de um diálogo em que ele se apresentaria como homem livre e os seus interlocutores da Al-Qaeda, sejam eles quais forem, se apresentariam atrás das grades. Para 'diálogos' desses, é sabido, estamos quase todos dispostos.
Soares, ao dizer o que disse, mostra que na sua cabeça já amnistiou a Al-Qaeda por aquilo que ela até agora fez.
Por isso, meu caro Diogo, ao mau que o diálogo neste caso é, tem que adicionar-se a pior e prévia amnistia mental que despoleta a intenção de o encetar. Neste caso, não se pode dizer ‘pior que o diálogo seria a amnistia’, pela simples razão de que antes da sugestão de diálogo já teve necessariamente que haver uma dose de amnistia.
A propósito da vontade em dialogar e negociar com a Al-Qaeda expressa por Mário Soares, o Diogo recordando (e muito bem, porque estas coisas devem ser recordadas para não serem repetidas) a triste iniciativa que aquele teve quando impôs ao parlamento a amnistia dos crimes de terrorismo das FP25, conclui que pior do que dialogar com a Al-Qaeda seria amnistiá-la.
Ora, sendo verdade que no caso da amnistia a Otelo houve um claro ataque aos direitos fundamentais dos cidadãos, como sejam os de ter um sistema de justiça que funcione livremente, sem interferências políticas e sem submissão a critérios de amizade, sobretudo quando estão em causa crimes que atentam conta o próprio estado de direito, não é menos verdade que na base da ideia de Soares de dialogar com a Al-Qaeda está igualmente uma ideia de amnistia.
Quando se diz, como Soares diz, que é preciso dialogar e negociar com a Al-Qaeda, e compreender os seus motivos e as razões do seu descontentamento, está subjacentemente a dizer-se (mesmo que não tenha sido essa a directa intenção, o que acredito) que é preciso passar uma esponja sobre aquilo que a Al-Qaeda já fez, esquecer as suas anteriores acções, os seus anteriores atentados, pois só assim seria possível dialogar de igual para igual, que é como os diálogos devem ser tidos. É facilmente perceptível que o dr. Soares não está a falar de um diálogo em que ele se apresentaria como homem livre e os seus interlocutores da Al-Qaeda, sejam eles quais forem, se apresentariam atrás das grades. Para 'diálogos' desses, é sabido, estamos quase todos dispostos.
Soares, ao dizer o que disse, mostra que na sua cabeça já amnistiou a Al-Qaeda por aquilo que ela até agora fez.
Por isso, meu caro Diogo, ao mau que o diálogo neste caso é, tem que adicionar-se a pior e prévia amnistia mental que despoleta a intenção de o encetar. Neste caso, não se pode dizer ‘pior que o diálogo seria a amnistia’, pela simples razão de que antes da sugestão de diálogo já teve necessariamente que haver uma dose de amnistia.
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