3.22.2004



O melhor dos dois mundos (ou, de dois mundos)
Ouvi dizer que vai sair uma ‘edição especial’ de Paris, Texas. Parece, assim, que iremos poder rever como uma certa sensibilidade artística da velha Europa conquistou e devorou uma certa América que a fascina e a põe a mexer, mesmo quando por aquela é odiada. Wim Wenders (não me canso de o citar) foi desde cedo um cultor da América mítica, da sua grandeza que não apenas física, mas ao contrário de muitos que contra ela vociferam e mais ou menos às escondidas dela se alimentam, Wenders desde cedo a compreendeu, a apreendeu e a admirou sem que a ela alguma vez se tenha vendido. Se quisermos fazer as pazes, todos, podemos começar por ver ou voltar a ver Paris, Texas. A verdadeira paz pode encontrar-se à deriva num deserto em cinemascope sob o som agudo de uma slide guitar.







a fotografia (fabulosa) é ainda de Wim Wenders
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