ideias magras
Nos seus comentários (infelizmente) habituais na SIC Notícias, Luís Delgado vocifera contra a necessidade de impor aos jornalistas o respeito pelo segredo de justiça. Uma coisa que parece tão óbvia, como seja obrigar os jornalistas – aqueles que tem o poder de divulgar para mais gente – a respeitar o segredo de justiça – que é segredo exactamente por não dever ser divulgado -, merece por parte de Delgado um ar de indignação.
Por que é que os jornalistas também devem ser obrigados a respeitar o segredo de justiça?
Porque o segredo de justiça existe para proteger a investigação e, sobretudo, o bom-nome dos investigados (ou não investigados que constem no processo) que, até sentença transitada em julgado (até sentença transitada em julgado!) são presumidos inocentes.
A liberdade de informação (tal como a liberdade de expressão, por exemplo) tem de ter limites. Caso contrário (tenho que admitir) as coisas só poderão ser resolvidas “à canelada” (para citar um exemplo de como a violação do segredo de justiça por jornalistas pode pesar durante muito tempo em cima de uma pessoa).
Delgado não está de acordo. Acha que obrigar os jornalistas a respeitar uma coisa que todos estão obrigados a respeitar é impedi-los de trabalhar. É impedi-los de informar. Acha que é um erro crasso. Acha que, a ser assim, não teria havido Watergate, caso Moderna, caso Casa Pia.
Acha, porque não percebe nada de nada.
Todos os exemplos que deu revelam uma profunda ignorância sobre aquilo que é um processo judicial e o segredo de justiça (a liberdade de informar devia antes de tudo ser a liberdade de perceber minimamente as coisas antes de sobre elas produzir afirmações definitivas).
Nenhum destes casos teria sido afectado pelo facto de os jornalistas estarem obrigados a respeitar o segredo de justiça, pela simples razão de que, quando nestes casos os jornalistas investigaram e levantaram suspeitas, não havia nenhum processo sob segredo de justiça!
Para haver segredo de justiça a respeitar é preciso que haja um processo judicial (judicial!) sob segredo de justiça. Ou será que para o esperto Delgado tudo o que tem conotações com a “justiça” está automatica e necessariamente sob segredo de justiça?
Como era de esperar, na sequência das últimas intervenções de Jorge Sampaio, o poder corporativo dos jornalistas está a fazer-se sentir como nunca. E, por mais que o Presidente da República e outras pessoas de bom senso apelem ao dito, nada irá mudar. A classe política morre de medo dos jornalistas e, por isso, vai deixar andar. E, mais grave, com a consciência de que está a deixar andar.
Por que é que os jornalistas também devem ser obrigados a respeitar o segredo de justiça?
Porque o segredo de justiça existe para proteger a investigação e, sobretudo, o bom-nome dos investigados (ou não investigados que constem no processo) que, até sentença transitada em julgado (até sentença transitada em julgado!) são presumidos inocentes.
A liberdade de informação (tal como a liberdade de expressão, por exemplo) tem de ter limites. Caso contrário (tenho que admitir) as coisas só poderão ser resolvidas “à canelada” (para citar um exemplo de como a violação do segredo de justiça por jornalistas pode pesar durante muito tempo em cima de uma pessoa).
Delgado não está de acordo. Acha que obrigar os jornalistas a respeitar uma coisa que todos estão obrigados a respeitar é impedi-los de trabalhar. É impedi-los de informar. Acha que é um erro crasso. Acha que, a ser assim, não teria havido Watergate, caso Moderna, caso Casa Pia.
Acha, porque não percebe nada de nada.
Todos os exemplos que deu revelam uma profunda ignorância sobre aquilo que é um processo judicial e o segredo de justiça (a liberdade de informar devia antes de tudo ser a liberdade de perceber minimamente as coisas antes de sobre elas produzir afirmações definitivas).
Nenhum destes casos teria sido afectado pelo facto de os jornalistas estarem obrigados a respeitar o segredo de justiça, pela simples razão de que, quando nestes casos os jornalistas investigaram e levantaram suspeitas, não havia nenhum processo sob segredo de justiça!
Para haver segredo de justiça a respeitar é preciso que haja um processo judicial (judicial!) sob segredo de justiça. Ou será que para o esperto Delgado tudo o que tem conotações com a “justiça” está automatica e necessariamente sob segredo de justiça?
Como era de esperar, na sequência das últimas intervenções de Jorge Sampaio, o poder corporativo dos jornalistas está a fazer-se sentir como nunca. E, por mais que o Presidente da República e outras pessoas de bom senso apelem ao dito, nada irá mudar. A classe política morre de medo dos jornalistas e, por isso, vai deixar andar. E, mais grave, com a consciência de que está a deixar andar.
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