1.27.2004

contra esta política do governo

Na secção de um tribunal, que por acaso funciona num vão de escada, dois advogados pretendem pôr termo a um processo celebrando um acordo. Procuram o funcionário que, descontraidamente, lhes pede que aguardarem, pois vai só “tomar um cafezinho”. Não dá tempo sequer para os desgraçados reagirem e zarpa para o elevador. Passados 40 (quarenta) minutos abre-se a porta do elevador e.... Oh diabo! É o funcionário. Todo janota, mãos nos bolsos, barba à Judas, de cafezinho no bucho e pronto para trabalhar um bocadinho. Começa a redigir o auto que os advogados debruçados no balcão lhe ditam. São apenas três parágrafos. Vinte ou trinta palavras. Uma estafadeira. No meio da delicada operação de martelar as teclas do seu pc, o funcionário recebe uma chamada. Pára tudo, que isto de atender a namorada não dá para acumular. Quando um homem tem que cumprir, nem que seja no telefone, tem que cumprir. 10 (dez) minutos depois a coisa azeda: “Ó pá! Já te disse que estou a trabalhar! Depois falamos” (sublinhado meu). Os advogados aliviados voltam a ver a luz ao fundo do túnel. Copia e cola, justifica, centra os números, corrige os erros, levanta-se coolmamente e dirige-se à impressora. “Vejam se está bem”. Não está. Afinal, eram muitas palavras, o homem é um humano e errar é humano.
É também por causa deste cabrão, que passa o dia a literalmente nada fazer, que não há aumentos para ninguém. É para poder garantir o emprego a este animal, que muitos funcionários, públicos, competentes, zelosos e produtivos, vão ter 0 de aumento. É por isto que eu também estou contra esta política.
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