12.02.2003

o homem de turbante

Headphones. No metro ouço o último Sakamoto: um piano impressionista, Bossa Nova, break beat, uma das grandes músicas de sempre (Forbidden Colours).
Ao meu lado, uma gorda monstra, vestida com uns collants esfarrapados, tenta, sem conseguir, chamar a atenção de uns turistas nórdicos carregados com mochilas de quatro andares. Um preto, debruçado sobre as pernas, permanece imóvel durante várias estações.
Subo das profundezas para a rua. Uma multidão percorre os passeios de forma ordeira e apressada. Dentro das lojas, a música que mais se ouve é ainda The Streets (Original Pirate Material, 2002), que numa perspicaz critica, salvo erro da Wire, foi descrita como Shakespeare goes clubbing. Por entre a multidão, vejo um homem de turbante. Nesta cidade estão sempre a ver-se homens de turbante.
É verdade, estou em Londres.
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