11.13.2003

television, the drug of the nation

Não no sentido em que proclamavam os Disposable Heroes Of Hiphoprisy (Hypocrisy Is the Greatest Luxury, 1992), mas no bom sentido. Como algo que vicia e nos torna mais felizes enquanto estamos sob o seu efeito.
Acabo de ver quase de uma assentada vinte (20) episódios de uma série americana chamada 24, onde a acção tem lugar em 24 horas distribuídas por 24 episódios de uma hora cada (um pouco menos, para ser rigoroso).
A experiência é inesquecível. Uma trama de espionagem que vai sendo revelada aos poucos e nos impele selvática e irracionalmente para o capítulo seguinte.
Imagino o que seria ver esta série em emissões televisivas (há em DVD), com um único episódio por semana, a começar sempre a horas erradas. Uma tortura imensa. Um episódio por semana é uma dose muito curta para um organismo atingido por este vício.
Só faltam 4 episódios para terminar e já estou a desesperar só de pensar como vou sobreviver no pós-24. Como é que vou passar sem aquela gente. Haverá alguma por aí alguma clínica de desintoxicação?
Como parece natural, esta série bateu recordes de audiência nos países civilizados.
Por cá, como também cada vez parece mais natural, não teve qualquer hipótese.
Foi chutada para as 3 da manhã, a seguir a horas e horas do lixo “em língua portuguesa” de que as nossas televisões tanto se orgulham.
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