11.27.2003

A loja das revistas

Um dos mais antigos hábitos que tenho é o de comprar revistas. Desde há muitos anos, quando atravessava a cidade, do Campo Grande até aos Restauradores, para comprar o “Guerin Sportivo” - uma revista italiana de futebol recheada de fotografias a cores - que o ritual da ida à “loja das revistas” se repete. Nessa altura, ainda criança, uma ida à baixa era para mim uma verdadeira odisseia. Tudo era grande e distante. O trajecto, em dois autocarros, parecia ser longuíssimo e demorar quase um dia inteiro. Com o passar do tempo, desinteressei-me de comprar revistas de futebol. Já lá vai a altura em que comprava tudo o que havia, desde as clássicas francesas Onze, Football Magazine (sempre com o Platini na capa) e France Football, passando pela tipicamente portuguesa Foot, com as suas fotografias desbotadas e baças e a deliciosa rubrica “mulheres dos craques”, até uma coisa alemã, chamada Kicker, só para ver as bonecos.
Agora, as revistas são outras. São de música, de cinema, de artes plásticas, de viagens. São, esporadicamente, coisas inacreditáveis como a Shock Cinema, a Bizarre e a Easy Riders (sim, essa que é de motas mas é sobretudo de gajas com mamas de fora em cima das ditas motas). Hoje é tudo mais pequeno, mais perto e mais fácil. Mas a “loja das revistas” de ontem continua a ser a mesma de hoje - um corredor cujo nome ainda não fixei (para mim é apenas a “loja das revistas”) à entrada do centro comercial (?) Paladium, logo ao lado do elevador da Glória.
Era, e ainda é, a melhor loja de revistas de Lisboa.
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