11.03.2003

Barbaridades

Recebi um email com o título “Barbara Guimarães tudo se vem a saber...”, no qual é relatado o episódio de um subsídio que esta recebeu do Ministério da Cultura (então tutelado pelo seu actual marido, AKA Carrilho) e se discorre, de uma forma demagógica, sobre o escândalo que tal representa. No fim do email é-me pedido que divulgue o texto como forma de protesto.
Obviamente, não vou enviar o texto para ninguém.
Em primeiro lugar, se eu fosse Ministro da Cultura e independentemente de ter, ou estar na expectativa de vir a ter, qualquer coisa com a senhora em questão, tinha atribuído o subsídio ao programa. Para mim, uma boa maneira de promover a cultura junto das massas analfabetas é através de um programa apresentado por uma mulher linda e nada burra (repito, nada burra), de forma despretensiosa e esteticamente agradável.
Em segundo lugar, não posso de deixar comparar o programa de Barbara Guimarães com outro similar, oficialmente de serviço público, como era o em boa hora extinto “Acontece”.
Um cenário pavoroso e baço, e um apresentador que apenas dava voz aos seus compagnons de route, das três já estafadas feministas Marias aos Malangatanas e Craveirinhas, passando por AlBerto (um mito pós-moderno), como se estes fossem os únicos que valesse a pena divulgar, já que os outros, nas raras vezes em que foram convidados ao programa, foram tratados abaixo de cão. Há que não esquecer a forma rude e ignorante como Carlos Pinto Coelho entrevistou o filósofo Jean-Francois Revel, só porque este desmontou de forma cristalina a argumentação da França contra a guerra no Iraque.
Em terceiro lugar, porque o programa da Barbara Guimarães é, para a nossa televisão, um óptimo programa.
Dir-me-ão que ela, na pendência ou na sequência do subsídio, começou a andar, casou e vai ter um filho do Carrilho. So what? Alguém, sinceramente, acha que é por ter recebido um subsídio? Ou será inveja. Dela, dele e do subsídio.
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