Há dias felizes
É já um cliché dizer que quem gosta de livros, para além de os ler, gosta de ter com eles um relação física. De lhes pegar, de olhar para as capas, compará-las, as das várias edições, dobrar os cantos das folhas, sentir a gramagem e textura do papel.
Também é comum entre os bibliófilos o gosto pela catalogação, inventando constantemente novos critérios de ordenação dos livros, tirando todos para fora das prateleiras para voltar a colocá-los, com uma nova arrumação, sob um critério na altura julgado definitivo mas que, no fundo, se sabe que nunca o é.
Outro motivo de gozo é a escolha dos livros que, a cada momento, devem merecer um especial destaque. Aqueles que ficam fora das prateleiras, em cima de mesas, com a capa virada para cima para todos verem, como se representassem um manifesto sobre aquilo que gostamos e de que nos orgulhamos de gostar. E, claro, há a mesa de cabeceira e os livros que por ela passam e os que por lá acabam por sempre ficar, como aqueles remédios para insuficientes cardíacos, prontos a socorrer qualquer ataque de insónia.
Não sei se Richard Prince (de quem já postei um excerto de um texto e faço tenções de postar muitas mais obras, principalmente quando alguém me explicar a postar fotografias) é um destes bibliófilos. Mas, depois de ter ganho o dia ao ter tido a SORTE de comprar na Fnac (é uma edição limitadíssima de 1400 exemplares, dos quais terão chegado muito poucos a Portugal) o seu último livro, chamado American English e publicado a propósito de uma exposição sua na Sadie Coles HQ de Londres, desconfio que seja.
São várias páginas de fotografias, muito rudimentares, da sua biblioteca caseira. Livros nas estantes, no chão, empilhados, no meio das tintas, dos quadros, em cima de excertos de ensaios corrigidos, à frente e atrás de fotografias. Livros de Bruce Chatwin, Helmut Newton, Don Delillo, Martin Amis, policiais, espionagem, ficção cientifica, em várias edições, que me fazem recuar no tempo ao tempo em que eu pela primeira vez as vi na biblioteca do meu Pai.
É já um cliché dizer que quem gosta de livros, para além de os ler, gosta de ter com eles um relação física. De lhes pegar, de olhar para as capas, compará-las, as das várias edições, dobrar os cantos das folhas, sentir a gramagem e textura do papel.
Também é comum entre os bibliófilos o gosto pela catalogação, inventando constantemente novos critérios de ordenação dos livros, tirando todos para fora das prateleiras para voltar a colocá-los, com uma nova arrumação, sob um critério na altura julgado definitivo mas que, no fundo, se sabe que nunca o é.
Outro motivo de gozo é a escolha dos livros que, a cada momento, devem merecer um especial destaque. Aqueles que ficam fora das prateleiras, em cima de mesas, com a capa virada para cima para todos verem, como se representassem um manifesto sobre aquilo que gostamos e de que nos orgulhamos de gostar. E, claro, há a mesa de cabeceira e os livros que por ela passam e os que por lá acabam por sempre ficar, como aqueles remédios para insuficientes cardíacos, prontos a socorrer qualquer ataque de insónia.
Não sei se Richard Prince (de quem já postei um excerto de um texto e faço tenções de postar muitas mais obras, principalmente quando alguém me explicar a postar fotografias) é um destes bibliófilos. Mas, depois de ter ganho o dia ao ter tido a SORTE de comprar na Fnac (é uma edição limitadíssima de 1400 exemplares, dos quais terão chegado muito poucos a Portugal) o seu último livro, chamado American English e publicado a propósito de uma exposição sua na Sadie Coles HQ de Londres, desconfio que seja.
São várias páginas de fotografias, muito rudimentares, da sua biblioteca caseira. Livros nas estantes, no chão, empilhados, no meio das tintas, dos quadros, em cima de excertos de ensaios corrigidos, à frente e atrás de fotografias. Livros de Bruce Chatwin, Helmut Newton, Don Delillo, Martin Amis, policiais, espionagem, ficção cientifica, em várias edições, que me fazem recuar no tempo ao tempo em que eu pela primeira vez as vi na biblioteca do meu Pai.
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